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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cataguases - Terra da Modernidade


“Cataguases é uma exceção, pois viveu, na prática, a democracia propalada pela arquitetura, que outras cidades só conheceram em discursos. ” Francisco Bologna


"Cataguases possui um relacionamento surpreendente com o modernismo. No ano de 1920, abraçou a modernidade através da literatura, depois aconteceram as parcerias com o cinema, a arquitetura e as artes plásticas. Seu surpreendente acervo artístico e arquitetônico é raro de ser encontrado em uma cidade do interior brasileiro.

A onda modernista que agitou as artes no Brasil na década de 20 chegou a Cataguases por intermédio dos jovens Rosário Fusco, Francisco Inácio Peixoto, Guilhermino César e Ascânio Lopes, que publicaram em 1927 a revista Verde, que se tornou referência pela vanguarda literária. A publicação teve a colaboração de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

O empresário Francisco Inácio Peixoto trouxe para a cidade o modernismo da arquitetura e das artes plásticas da década de 40, ligando definitivamente Cataguases à modernidade. A nova estética transformou a paisagem urbana.

Inesquecível é o nome de Humberto Mauro, um dos pioneiros do cinema nacional. Em 1925, Humberto Mauro e o fotógrafo italiano Pedro Comello rodaram em Cataguases o filme Valadião, o Cratera. Com o apoio de Agenor Cortes de Barros, criaram a Phebo Sul America Film, que produziu, em 1926, Na Primavera da Vida, com direção de Humberto Mauro. Na década de 30, ele se transfere para o Rio de Janeiro, dando continuidade a seus trabalhos cinematográficos.

História

Durante o século 18, a Coroa Portuguesa proibiu a ocupação do Leste e da Zona da Mata mineira pelos colonos. Com o fim da mineração e as mudanças na economia da capitania, houve a necessidade de busca por novas áreas.

Logo tomou-se a iniciativa da construção de uma estrada ligando Minas ao Campo dos Goitacazes. A Terceira Divisão Militar do Rio Doce, sob o comando do francês, a serviço do Império do Brasil, Guido Thomas Marlière, e também diretor-geral dos Índios e inspetor das estradas de Minas Gerais ao Campo dos Goitacazes, foi a responsável pelos trabalhos. A divisão ficou aquartelada às margens do rio Pomba em um local conhecido como Porto dos Diamantes.

No dia 26 de maio de 1828, o sargento de ordenanças Henrique José de Azevedo fez ao comandante Marilère a doação de um terreno para que nele se construísse uma capela em honra a Santa Rita e iniciasse o povoamento. No mesmo dia foram traçados os limites e as normas para a sua formação. O povoado passou a ser chamado pelo povo de “Meia Pataca”, em referência a um ribeirão local.

O jornal ouropretano “O Universal”, de 7 julho do mesmo ano, fez referência ao recém-fundado povoado Meia Pataca, que já contava com “38 fogos brasileiros e várias aldeias de índios Coroados, Coropós e Puris”. Na linguagem oitocentista, “fogos” significa residências, casas.

A Lei nº 2180, de 25 de novembro de 1875, elevou Meia Pataca à vila com a denominação de Cataguases e, em 13 de setembro de 1881, foi elevada à cidade.

Para o historiador Wlademar Almeida Barbosa, o nome Cataguases é artificial. Os cataguás não eram habitantes da região. O coronel José Vieira de Rezende sugeriu o nome quando Meia Pataca foi elevada à vila. Catauá era o nome de uma região próxima a Lagoa Dourada na qual o coronel nasceu e seu pai tinha uma fazenda. Os índios Cataguás habitavam o sul Minas, na área limite com São Paulo.

Para o estudioso de línguas indígenas Teodoro Sampaio, a explicação do vocábulo é “como o nome cataguá se compõe de caá-ata-guá, e as duas primeiras partes deles (caá-ata) se traduzem por mato rijo, mato bravo, mato alto, claro está que Cá-ata-guá, pelas razões expostas, se traduzirá: habitante do mato bravo ou se quiserem, da mata virgem, como comumente dizemos”.

No século 19 e nas primeiras décadas do século 20, viveu-se a fase do apogeu da cafeicultura brasileira; imensas lavouras de café dominavam a paisagem e a economia da cidade. Com a crise econômica de 1929 e a queda vertiginosa do preço do café no comércio internacional, a região buscou por outras atividades econômicas. A Cia. de Fiação Indústria Têxtil e a Cia. Força e Luz Castaguazes-Leopoldina já movimentavam a economia do município antes da crise.

Cataguases é uma das mais importantes cidades da Zona da Mata mineira. A economia é baseada em confecções de artigos de vestuário e acessórios, extração de minerais metálicos e não-metálicos, fundições, metalúrgicas, fábrica de celulose e produtos de papel, indústria moveleira, produtos alimentícios e indústria têxtil.

Há muito que visitar em Cataguases; seu patrimônio cultural é digno de uma visita cuidadosa. O centro histórico de Cataguases é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)."

Fonte: Portal Descubra Minas (http://www.descubraminas.com.br/)

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